Fiz tenção de me deixar de blogar. Há movimento demasiado na NET e isso traz-me à ideia o dito popular de que um é bom, dois é melhor, mas três já é demais para uma só camioneta. Por isso, durante um ano, abandonei a intenção de dar continuidade ao meu blog.
Só que, ao não fazê-lo, fico privado de publicar a minha palavra. Portanto, eis-me de novo nesta coisa a que deram o nome de blogosfera. Porque não me apetece estar silencioso...
É que estou farto de que os responsáveis políticos, a começar pelo Presidente, continuando no governo da Nação - com destaque para esse inefável garoto de nome Coelho, que tem a veleidade de se julgar capaz de governar um país – e terminando na(s) oposição(ões) onde se destaca um deserto de ideias que só pode ser “seguro” no nome e na asneira.
Veja-se o que se tem passado com o folhetim “Portugal vai precisar, ou não, de um novo resgate ou de um programa cautelar depois de Junho de 2014?”
Ora, meus senhores… a gente sabe lá o que eles estão a dizer? Que é isso, concretamente, que querem fazer no tal programa cautelar? Expliquem lá o que é pior, se o segundo resgate, se essa coisa cautelar.
O que nós sabemos é que a Europa quer que Portugal termine este programa de ajustamento na data que foi pré-definida e passe para uma nova fase da sua história, que não será, de certeza, diferente da actual. E ao contrário do que o Seguro e o partido que lidera pensam, o acordo dos socialistas não é essencial para que Portugal se coloque ao abrigo desse novo programa.
Sabemos que, não havendo segundo resgate, só pode haver esse programa cautelar - se o governo de Portugal o vier a pedir. Já sabemos também que as medidas de austeridade continuarão, no mínimo, até 2017.
Por mim, nunca percebi porque é que, por exemplo, dos 12 mil milhões que nos foram atribuídos, destinados à banca, só foi utilizada metade; mas será verdade que, mesmo assim, estamos a pagar juros do dinheiro atribuído e não usado?
Sei lá, neste país de loucos, tudo é possível!
Ah, é verdade, quase me esquecia de dizer que, havendo um programa cautelar depois de Junho… não será preciso realizar eleições. Assinem ou não assinem, Seguro e o PS vão ter que gramar o rapaz de orelhas compridas até Outubro de 2015 – pelo menos!
E.G.
Este blog não está interessado em aderir ao novo Acordo Ortográfico da Língua Brasileira. Por isso, escreve no que entende ser Português a sério
Que esperavam? Veio (mal vestida, como sempre) e foi-se. Deixou-nos uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
E.G.
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Às vezes, tenho pena de não ter mais tempo para poder escrever. Falha-me assim a intenção deste blog e falha-me a possibilidade de corresponder ao pedido daqueles órgãos de imprensa que tanto insistem para que eu engrosse o número dos seus colaboradores. Não dá; sinceramente, é-me impossível inventar tempo para isso.
Reconheço, porém, que pouco importa que eu escreva ou não. Só me apetece escrever sobre política, mas acho que sou o único que não tem opinião sobre a forma como Portugal pode descalçar a bota em que se enfiou. Toda a gente sabe como sair disto e tem vontade de divulgar a sua opinião. Só eu não.
Sinceramente, sou um, talvez único, em dez milhões, que não dava para primeiro-ministro desta casa sem pão.
Até Seguro veio anunciar a um país incrédulo, que «está preparado». Incrível, mas real. Ele acha que está preparado!
Aqui há uns mesinhos, ouvimos isso da boca de um outro rapazola; e o resultado da preparação que ele tinha, e as soluções que apresentava… aí estão, à vista de todos.
No ano passado, Coelho, acolitado por Portas, recusava o PEC 4 - que Sócrates negociara com as entidades europeias – o qual previa uma subida de escalão do IVA de um certo número de produtos, um corte nas deduções em sede de IRS, ao mesmo tempo que definia uma ligeira subida nas pensões mínimas e o salário mínimo de 500 euros.
Aí, Passos Coelho declarou que «não estava disponível para aceitar mais sacrifícios dos portugueses» e Portas jurava defender até à morte, os contribuintes e, particularmente, os pensionistas.
Ambos diziam que, entre a crise internacional e a situação portuguesa, não houvera qualquer relação. Coitados dos moços: não tiveram um bocadinho de tempo para analisar as causas e consequências de um tal subprime…
Rejeitado o PEC 4, por acção conjunta dos partidos à sua direita aliados com os da sua esquerda, Sócrates atirou a toalha. O país foi a votos
Entretanto, Teixeira dos Santos não foi de modas e pediu o resgate, à revelia de Sócrates.
Coelho e Portas sentam-se nas cadeiras do poder sob a opa protectora de Cavaco. Daí em diante… foi o que se viu. O país estava à beira do abismo, é verdade.
Coelho que tirou da cartola um fala-mansinho de nome Gaspar, só facilitou: obrigou o pobre Portugalzinho a dar um grande passo em frente.
Cada dia que passa, o cidadão acorda temeroso: «que surpresa desagradável me reservará hoje a dupla Coelho/Gaspar?»
Os subsídios de férias e de Natal, foram ao ar, os impostos cresceram aos limites do impossível e o presidente, cada vez mais mudo, nada fez para travar os desvarios e as mentiras que atiraram toda uma classe média para os limiares da pobreza e a classe pobre para as zonas de miséria. A protecção social é quase uma miragem do passado. A produção decresce, os números do desemprego sobem exponencialmente… Até a independência de um país de pergaminhos dourados foi ao ar.
O país fica pior em cada dia, desde que Coelho tomou assento na cadeira do Palácio da Calçada da Estrela.
Na única coisa em que o homem é bom, é em inventar palavras.
Primeiro, fora as «malabarices» do orçamento (do outro, claro). Depois, entre «pieguices» e «colossais» buracos nunca explicados e «reajustamentos» do pacto que jamais seriam a renegociação da dívida, foi criando patéticas expressões
A última foi a «refundação» que começou por ser a refundação das medidas sociais, que passou depois a ser a «refundação do Estado Social» e, finalmente, passou a ser a «refundação do Estado» que, ao que consta, seria uma «malabarice» para alterar a Constituição da República com o objectivo de nos sacar mais quatro milhões de euros para pagar juros de dívidas que os governos contraíram sem que nós tivéssemos sido vistos nem achados para isso.
De tombo em tombo, fomos mergulhando cada vez mais fundo e perdendo esperanças e expectativas.
Quanto a Coelho... esqueceu depressa que «não estava disponível para aceitar mais sacrifícios dos portugueses» e tem-se empenhado em espetar a faca cada vez mais fundo na classe média e até nos infelizes que vivem de salários de miséria.
E Portas? Bem, esse esqueceu os pobrezinhos, os lavradorzinhos, os pescadorzinhos e os seus queridos pensionistas… Tal como o chefe do governo, Portas está muito interessado em mostrar a importância do seu nariz, nos areópagos internacionais.
Hoje, não há quase nenhum português que não gostasse de ver tal coelho ao alcance da mira de um caçador experimentado. Mas pergunta-se: e que alternativas?
Este, que diz agora que está preparado para governar?! Só de anedota!
Como se terá preparado o sujeito, que nunca fez mais do que gastar os fundilhos nos assentos dos cargos públicos que lhe foram sendo oferecidos?!
O outro ainda escreveu um livro cheio de banalidades em que prometia «Mudar». Este debita banalidades que, espremidas, não dariam para preencher nem um livro de mortalhas.
Com tal «preparação, havia de ser linda a sua liderança!...
Só se fosse para fazer ainda pior.
Os portugueses podem estar fartos das asneiras de Coelho e ambicionarem mudanças; mas mudar para um tal Tozé Seguro?! Só se fossem parvos.
E.G.
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Agradece-se ao blog AVENTAR o trabalho a que se deu... para que eu o pudesse copiar!
E.G.
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Não sei se António José Seguro “avisou” (ou não) Cavaco que está pronto para eleições como se afirmava, há dias, no Diário de Notícias - tantos foram os desmentidos e as reconfirmações da notícia.
Não me interessa se o facto é mentira, ou não; nem se foi, ou não, o DN que, afecto ao «poder constituído», manipulou as palavras do líder socialista. Mas cheira, por aí a eleições para o Parlamento e já há listas fechadas para as lideranças municipais. E aí, a gente começa a ter razões para preocupações…
Tenha juízo, senhor Seguro. Desde que, há anos, o conheço sei o que você vale e o que o rege: ambição e vacuidade. Só os seus amigos lhe dizem que você é «bom». Todos os demais sabem que você tem, na sua cabecinha, areia da mesma praia onde Coelho encheu a sua… Tirando as repetidas frases feitas que usa, é bem evidente que não passa de um balão inchado.
Certo, certo, é que António José Seguro, em entrevista ao jornal «I», afirmou que «o PS está sempre disponível para assumir as suas responsabilidades», sugerindo, deste modo, que poderá voltar ao poder mais cedo do que nós pensávamos, pois, ainda em Setembro, o mesmo Seguro dizia, com aparente convicção, que o lugar do PS é na oposição. Agora o discurso mudou, já que as palavras do líder socialista demonstram que o PS tem pressa de chegar ao poleiro.
Aqui temos mais uma semelhança de Seguro com Coelho: a sua ambição cega e inconsciente. Passos Coelho provocou a queda de Sócrates, afirmando-se preparado e sabendo as soluções. Nós acreditámos. O resultado é o que se está a ver. Seguro, agora repete Coelho…
Mas para que estão «preparados» estes «putos»? A sua ideia de governar um país é que isso é o mesmo que dar ao dedo nos botões da playstation? A sua prática de vida assemelha-se ao uso do facebook e da rapidez com que trocam mensagens em sms?
Coelho conseguiu uma licenciatura apenas aos 37 anos, numa universidade dessas privadinhas da silva, que oferecem licenciaturas aos Sócrates e aos Relvas deste país. Seguro, acabou mais jovem. Na mesma universidade.
Coelho, para além duns esquemas de olho vivo, com Relvas, mamando de subsídios públicos, «fingiu» que trabalhou (?) para o seu padrinho Ângelo Correia, só para fazer currículo. Seguro enfiou-se logo, de cabeça, nas lides partidárias. Experiência de vida de ambos… zero! Responsabilidade profissional… zero! Experiência de gestão? Nem numa merceariazinha de bairro tentaram fazê-lo. Credibilidade? Quem lha reconhece>?
E são estes «putos» inconscientes que têm a veleidade de querer governar o país!
O pior é que, olhe a gente para um lado ou para o outro, não estamos a ver qualquer «cabeça» capaz de assumir a tarefa. Ao contrário: sabemos que com qualquer político daqueles que conhecemos, o que vier a seguir fará sempre pior.
Por isso, chegámos onde estamos.
(imagens retiradas da internet)
E.G.
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Sinto uma raiva a crescer em mim. Passos Coelho rejeitou o PEC 4, pelo carácter excessivo das suas medidas, e prometeu não subir os impostos. E agora faz-me isto?!
E tenho de fingir que vamos ultrapassar as cretinices que o senhor e o seu alter-ego Gaspar estão a fazer à minha vida, deixando-me a família numa situação de desespero.
Quem pode gostar de um fulano que sacrifica assim um país só pela ambição de ser (ou fingir ser) primeiro-ministro? Eu, não. Nem que ele pertencesse à minha família!
Pelo mal que me faz e pelo que promete vir a fazer, também sinto “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes”, como o jornalista Nicolau Santos – ele, um insuspeito anti-socrático conhecido – que na sua coluna de sábado, escrevia:
"Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!...
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!
Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.
O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as pescas, a agricultura e a indústria.
Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no mento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.
E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus.
Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou, como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja,todas as soluções passam pelo ataque ao trabalho e pela defesa do capital financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?
O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.
Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.
Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo!”
(transcreve-se um texto de hoje, do jornalista Nicolau Santos e usam-se imagens retiradas da internet)
E.G.
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A noite ajudou à festa. Estava fresquinho, mas dentro do salão do Centro Paroquial de Loulé havia tanta gente que o frio não teve licença para entrar.
Veio gente de toda a parte: Querença, Tôr e Benafim e mais uns quantos curiosos de Loulé e talvez alguns de Almancil, Quarteira e Boliqueime. Mas estes sentiam que aquela não era a festa deles.
Havia uma proposta, a partir de reuniões de Querença e de Tôr, que previa a agregação destas duas freguesias com a de Benafim. Benafim trazia uma claque, com cartazes e tudo. O serão prometia, tanto mais que à chegada do presidente da freguesia de Benafim, a claque animou, com gritos e aplausos. Uma festa!
Bem, não era propriamente uma festa… era uma reunião da Assembleia Municipal de Loulé que estava ali para discutir algo sem pés nem cabeça: a designada agregação de freguesias consideradas como "situadas em lugar não urbano", nos termos da Lei n.º 22/2012. Uma coisa um tanto sem pés nem cabeça, tanto mais que as freguesias “consomem” apenas 0,1% das receitas do estado.
Essa incrível lei, não prevê o encerramento de qualquer município; vai direitinha contra as freguesias. Como sempre, o elo mais fraco é o alvo do governo, esse que se propunha "cortar nas gorduras" e ainda não encerrou um único instituto, uma única empresa municipal e coisas assim.
Contra os cidadãos, vai-lhes à carteira, reduzindo uma classe média… à média de uma classe miserável; contra o poder autárquico vai-lhe às freguesias.
Acerca de Loulé, sabia-se que estavam em risco de «desaparecerem» três freguesias. A câmara adiantou-se e jogou uma proposta sem pés nem cabeça, onde se misturavam freguesias “situadas em lugar não urbano” com freguesias urbanas; mas todos perceberam a intenção (aliás, confessada em reunião de câmara): despoletar a discussão no âmbito da assembleia municipal, a entidade a quem competia decidir sobre a matéria, a fim de que a decisão não transitasse para o poder discricionário do governo central.
Todos perceberam isso. Todos? Não! Há sempre um partidozinho sem rumo e com uma liderança espantosa e basicamente «limitada» que só existe com a finalidade de proferir a única expressão que conhece: "somos contra". Apresentar propostas? Isso dá trabalho…
Assim, uma reunião que poderia ser rica em argumentação, tornou-se numa troca de argumentos demagógicos de parte a parte. Aquelas centenas de pessoas simples, que vieram de Querença, Tor e Benafim, seguiram aquela discussão oca, sem perceberem muito bem o que se passava lá à frente, nas "bancadas" daqueles senhores que tinham copos e bolos sobre a mesa.
O povo, perplexo, baixou os cartazes, calou-se e, certamente, na quase totalidade, lamentou as horas roubadas ao sono por aquele espectáculo gratuito em todos os aspectos. E nem sequer tiveram oportunidade de escutar a leitura da proposta (porque ninguém lha leu) – por sinal muito bem estruturada – que estava em discussão e que provinha dos sociais-democratas de Querença, proposta na qual, tal como a lei manda, referia as freguesias a que respeitaria a agregação, a denominação da nova freguesia, a definição dos limites territoriais. Faltava a determinação da sede, mas isso resolveu-se com uma breve interrupção dos trabalhos para que os três autarcas, juntamente com o líder da bancada PSD, solucionassem o problema.
As pessoas vieram ali… ouvir o quê? Aprender o quê? Saiu dali alguma proposta ou sugestão destinada ao seu bem-estar, à melhoria das suas condições de vida? Não.
A discussão era política e mais nada. A discussão assentava em algo de concreto? Muito pouco. Quanto à demagogia… essa esteve lá sempre, sobretudo vinda daqueles senhores que se sentavam lá em cima, à direita, mas que dizem ser de esquerda. A casa da Democracia foi, uma vez mais, a casa da demagogia.
Bem fez o presidente da câmara, que preferiu ignorar as provocações acerca de uma proposta do executivo municipal que afinal… até já fora (discutivelmente) retirada.
Bem fez a mesa da assembleia que deixou «estender-se» no tempo, o partido do punho ou da rosa (conforme as conveniências de momento) que não trouxe qualquer proposta; quanto mais se estendia no tempo, mais o seu líder se estendia ao comprido, emaranhando-se e tropeçando nas suas próprias palavras.
Da reunião, valeu o período de intervenção do público, com duas ou três certeiras e não demagógicas intervenções. O resto…
O curioso deste doloroso serão foi que os líderes partidários parece que tinham combinado, à hora de almoço, que a proposta do PSD/Querença seria votada por unanimidade. Depois, foi o que se viu: o PS votou contra (nem todos, claro); o elemento do Bloco de Esquerda, como sempre também foi «do contra»; mas esse tem sempre o mérito de apresentar propostas alternativas. Assim, compreende-se o seu voto negativo (menos se compreende a sua aparente «submissão» aos desígnios socialistas - que até lhe transmitem recados escritos, ali mesmo, à frente de toda a gente. Como se não compreende idêntica submissão do elemento do CDS aos alvitres sociais democratas, sejam eles quais forem).
E falta falar dos presidentes das juntas de freguesia. Os de Tôr e de Querença, legitimados pelas posições assumidas nas assembleias de freguesia, estiveram incondicionais com a proposta do PSD; o de Benafim… coitado do senhor: viu-se que estava apertado – de um lado, tinha a forte claque emudecida; por outro lado, tinha que assumir uma posição que o não expusesse perante a opinião da sua família política. Absteve-se mas não se percebeu de quê.
Os autarcas de Ameixial, Salir, Alte e Quarteira entenderam que naquele baile não se tocava música que os pusesse a dançar. Melhor foi ficarem calados, não vá a Lei 22 ainda lembrar-se que, pelas suas contas, falta «acabar» com uma terceira freguesia. O de Boliqueime (esperto, o moço) atreveu-se mesmo a votar favoravelmente a proposta do PSD/ Querença – pôr as barbas de molho quando as do vizinho estão a arder é sinal de prudência e de cabeça assente).
Os presidentes das juntas da cidade também falaram; mesmo que nada de importante dissessem. Faltava o de Almancil. O homem acha-se um tribuno. Fala dos temas nacionais, em tom alvar e assertivo. No fim, a gente espreme, espreme e… nada! Cala-se provavelmente quando entra mosca… É o costume.
Pronto. Como sempre, a maioria PSD fez valer o seu número. As pessoas voltaram para casa sem terem percebido nada. À saída, uma mulher perguntava ao companheiro: Então? Ganhámos?
Que esperaria a pobre criatura ganhar?
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Finalmente, conheceram-se as conclusões do FMI sobre o estado da economia, através da divulgação, há poucos dias, do relatório semestral desta instituição.
Nesse relatório, o FMI reconhece que as medidas de contenção orçamental estão a ter um impacto negativo muito maior do que aquilo que previam e, assim, não só a Europa, mas, sobretudo, os países intervencionados, como Portugal, estão s ser vítimas de um «colossal» (termo querido do nosso ministro das Finanças) erro de cálculo.
O FMI confessa que, nos seus modelos de projecção, previa-se que, em aumento de impostos ou no corte na despesa pública, por cada euro reduzido, o PIB perderia 50 cêntimos. Acontece porém que, desde 2008, por cada euro no corte na despesa pública ou no aumento de impostos, o PIB perdeu entre 90 cêntimos e 1,70 euros, o que significa que a economia perdeu mais do que aquilo que o estado recebeu a mais. O FMI confessou o erro e reconhece-o.
A senhora Merkel e o seu fiel e cego seguidor Passos Coelho é que ainda não perceberam que a austeridade não resulta e, pelo contrário, é contraproducente. E insistem, insistem, insistem…
Os resultados estão à vista: pedem mais sacrifícios, mais austeridade para que - como «bons alunos» que se auto titulam -, com esses novos sacrifícios, possam contrabalançar os danos causados à economia e aos cidadãos. A espiral recessiva aprofunda-se.
Ora, perante a confissão desse «colossal» erro e a posterior insistência no mesmo erro, o «professor» FMI (e os seus «bons» assistentes Vítor Gaspar e Passos Coelho), teimarão em querer ostentar a estratégia do «bom aluno»?
E quem pagará o prejuízo de tamanha incompetência?
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Na campanha eleitoral, o PSD, pela boca de Pedro Passos Coelho tinha-nos dito que sabia perfeitamente como iria reduzir as despesas do Estado, as «gorduras», como se baptizaram, então. Eram as PPP, eram os governos civis, eram os institutos e as empresas públicas e municipais, eram as fundações, eram os «excedentes da função pública…
Eleito para o governo, avançou logo com a extinção dos governos civis. Pudera! Os governadores civis eram, todos eles, boys do PS!...
Ficou-se à espera da redução das outras «gorduras do país». Alto lá! É preciso fazer estudos, isto não vai assim, sem mais nem menos.
Institutos públicos? – Tenham calma. Ainda não há estudos conclusivos.
Empresas públicas e municipais? – Calma, amigos, dêem tempo ao tempo. Além disso, elas estão crivadas de boys dos nossos…
Excedentes da função pública? – Não podemos despedir as pessoas…
Fundações? – Pronto, pronto. Está feito o estudo. Há aí centenas de Fundações para encerrar. Ora deixem ver… Olhem, íamos encerrar aqui uma dezena e meia mas as câmaras não querem ou porque as fundações não precisam do nosso dinheiro ou da nossa autorização para funcionarem e, afinal, a gente pouco gastava com elas.
Ficaram aqui quatro onde vamos ser implacáveis! Esta, por exemplo: Fundação António Aleixo, no concelho de Loulé. Para que serve isto?! Só suportam um infantário, fazem assistência domiciliária, coisinhas assim… Em suma, dá assistência a centenas de famílias. Insignificâncias assim, sem grande uilidade! Então, fecha-se!
E determinaram o seu encerramento.
Como reagiram os louletanos? Protestaram? Ora, ora, para quê? Não basta a gente discutir isso no café?
E o governo percebeu: estes aqui aguentam tudo o que quisermos; então, vamos a eles. E puseram-se a esgravatar, à procura doutro sítio onde cravar o choupo.
Olhem - disseram os esgravatadores - o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem, há dois anos, em Loulé, um helicóptero. Para que é que eles querem o raio do helicóptero? Não têm que evacuar sinistrados todos os dias… Pegamos num helicóptero daqueles grandes, que estão ao serviço do Ministério da Administração Interna, adaptamo-lo para poder efectuar serviço de socorro médico e já está. Então vamos tirar o helicóptero do INEM de lá.
E que fizeram os louletanos? Protestaram? Ora, ora, para quê? Não basta a gente discutir isso no café?
Em Macedo de Cavaleiros o ministro quis fazer o mesmo. O povo saltou à rua, os autarcas encabeçaram uma manifestação. Ameaçaram retaliar. Aquilo é gente determinada; lutam. O governo foi-se abaixo e voltou atrás com a decisão. O helicóptero ficou lá.
Por cá, segundo a acta da reunião de câmara de 11 de Janeiro, a eventual retirada do helicóptero do INEM já fora objecto de uma moção votada por unanimidade; provavelmente, também no sossego dos gabinetes, o assunto fora discutido; mas ficou-se à espera de que o governo actuasse e só hoje a autarquia tornou público um manifesto sobre o assunto.
O pessoal do concelho louletano… isto é outra gente: calma, resignada, comodista. Ficámos todos à espera que as uvas amadurecessem, enquanto se aguardava a posição oficial da autarquia. Agora, aí está ela:
"Na sequência da tomada da decisão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em retirar de Loulé o Helicóptero que se encontrava sedeado no Heliporto Municipal de Loulé há cerca de dois anos e meio, deslocalizando-o para Beja, o executivo municipal manifesta a sua total discordância.
Em primeiro lugar, a prevalência das ocorrências no Algarve (87%) é claramente superior à registada no Distrito de Beja (11%), no período compreendido entre Abril de 2010 e agosto de 2012.
A alternativa apresentada, com a adaptação de um KAMOV (helicóptero pesado ao serviço do Ministério da Administração Interna) para efectuar a prestação de socorro não vai ao encontro das necessidades já que, pelas suas características, está vocacionado para outro tipo de serviços que não as operações de emergência médica.
O Algarve, não só pela população residente ao longo do ano mas, fundamentalmente, pela população flutuante que triplica na época do verão, tem necessidade de um serviço permanente que preste auxílio imediato em situações de emergência até porque, o facto do Hospital Central ainda não estar concretizado, torna necessário que exista um equipamento que transporte doentes para os grandes centros como Lisboa (32% das ocorrências efectuadas no Algarve reportam a transferências inter-hospitalares).
Assim sendo, esta medida vai prejudicar claramente não só as populações mas também o turismo algarvio já que, nos dias que correm, os serviços de saúde constituem um factor determinante na escolha de um destino turístico".
O manifesto tem toda a razão de ser; mas tenho cá para mim que não vai chegar aos corredores do poder, onde já deveria ter dado entrada há muito.
A população louletana, essa continuará a protestar… à mesa do café.
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Em 1640, duas nações procuravam livrar-se do jugo castelhano: Portugal e Catalunha.
Portugal já fora um reino independente, apesar de ser uma região pobre; a Catalunha, ao contrário, sempre estivera submetida à corte de Madrid, mas já era uma região rica e progressista.
Filipe IV reuniu esforços para dominar a insurreição catalã. Com isso, descurou o poder sobre Portugal e este restaurou a sua independência que, até hoje, ainda mantém, apesar de continuar a ser o país mais pobre da Ibéria, caminhando, velozmente, para ser o mais pobre da Europa.
Correram os anos. Os países ibéricos, à excepção de Portugal, reuniram-se num só: a Espanha, a décima potência industrial do mundo. Portugal… esse continuou pobre, rural, desindustrializado.
De repente, surgiram ideias novas: para contrariar o domínio económico bicéfalo América-União Soviética, a Europa tinha de unir-se, constituindo uma alternativa capaz de enfrentar o poder económico-financeiro dos dois blocos.
Aos poucos, paulatinamente e com segurança, isso foi-se conseguindo. Até que nasceu a Comunidade Europeia.
Só que o mundo continuou a girar: novas tecnologias, novas capacidades, países emergentes… enfim, era a globalização. A Europa, subestimando este novo poder, repousava, aceitando, quase sem se aperceber, ser liderada pelos germânicos que, finalmente, parece terem percebido que pela força das armas nunca conseguiriam essa liderança.
Portugal entrou na Comunidade. Não podia fazer outra coisa, na sua qualidade de país mais periférico do continente.
Mas, por detrás desta paz podre mascarada de unidade, um tumor acabaria por nascer: a moeda única.
Moeda única? Nenhum dos políticos portugueses abriu um livro de História? Nenhum sabia que, ao longo dos séculos, ‘cunhar moeda’ era privilégio de soberania e de autodeterminação? Nenhum percebeu que, sem moeda própria, o país perderia ambas, ficando à mercê dos ‘donos do dinheiro’?
Eles não sabiam. Entraram alegremente, apesar de saberem que isso iria, de imediato, aumentar estupidamente o nosso custo de vida.
Agora, aí estamos nós. Temos o ‘euro’, igualzinho ao da Alemanha, da França, da Espanha e… da Catalunha. Mas continuamos a estar na ‘cauda da Europa’.
Estamos nas mãos, hoje, de três fulanos que não conhecemos, não elegemos mas que ditam o que temos de fazer para lhes pagar empréstimos e juros. Na bancarrota ou lá perto, não nos resta, sequer, a solução de jogar com a inflação como fez a dupla Soares-Ernâni Lopes para sairmos de uma situação semelhante. Agora, quem manda é quem manda no ‘euro’.
A Catalunha continua a ser a região mais rica e mais industrializada de Espanha e, no entanto, os catalães sofrem na pele os mesmos sacrifícios dos outros espanhóis. Por isso, fartaram-se.
Vão discutir, dentro de dias, se querem continuar sob o jugo espanhol que lhes não permite criar as suas próprias normas de vida.
Estou em crer que o acto eleitoral vai optar pela independência, finalmente. A Espanha perde: perde uma fonte de receita importante, perde a aparência de coesão, e, como diriam os brasileiros, perde a cara.
E que fará a Catalunha a seguir? Se quiser libertar-se de «troikas» só tem um caminho: criar moeda própria.
Se assim for, o ‘euro’ tem os dias – não muitos – contados.
Que fará a Espanha? Tentar impedir a independência dos catalães, lutando pela ‘coesão territorial’? Não creio, pois inda lhe estão frescas as memórias da sua guerra civil. Mas que vai ser um pandemónio, isso vai.
E Portugal? Ah, sim, uma vez mais teremos de agradecer à Catalunha por nos vir abrir uma porta para a liberdade. Para a independência. Venha o nosso ‘escudinho’, venha a inflação; mas livrem- -nos do governo da «troika» e deixem-nos recuperar um pouco. Com a nossa pequenez, com a nossa idiossincrasia, com os nossos fracos recursos económicos e intelectuais.
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