Comecei a perceber que estávamos à beira de um «facto histórico» quando alguém disse na televisão que a selecção de futebol estava transformada num circo, com os «macacos» a passearem de «charrette» nas ruas de Óbidos e com um cigano a chegar ao estádio nas poltronas de um Ferrari preto (como qualquer «trabalhador», é claro).
Fui então alertado para o facto de os tais «macacos» terem sido humilhados nuns jogos a feijões por não sei que equipas do terceiro mundo da bola e foi, então, que me dei conta que esse facto – um campeonato de pontapés na bola - importantíssimo para o futuro e bem-estar dos portugueses, iria ser definido pelas «chuteiras» do Ronaldo, do Nani, do Moutinho ou do Coentrão.
Esquecidas as «charretes» e o Ferrari do cigano, tudo passou a girar à volta das conjecturas e das palavras do senhor Paulo Bento. Depreendi que se esse senhor atinasse com as tácticas e se o senhor Ronaldo atinasse com as redes dos «outros», Portugal passaria a ser um «grande país», o maior, o mais ilustre da velha Europa, talvez pondo fim aos seus terríveis problemas de défices, desempregos, falências, roubos mais ou menos declarados do governo às algibeiras do Zé Povinho.
O primeiro jogo seria contra a Alemanha daquela senhora gorda e sem pescoço, que tem um nome a começar por «Mer…». Disseram-me que os «macacos já não pareciam macacos. Que mereciam ganhar mas, provavelmente, porque a tal senhora amarrecada e sem pescoço tenha pegado no «telelé» e ligado ao seu querido Coelhinho de estimação ameaçando-o sabe-se lá de quê, os Ronaldos & companhia decidiram não enfiar o coiro redondo nas redes germânicas. Enfim…
Depois foram mais dois ou três jogos que parece que foram todos ganhos «à rasquinha», no dizer do meu vizinho Cardoso, mas que transformaram, assim mesmo, os «macacos» em homens, em jogadores, em génios… Fosse lá como fosse, as esperanças de um povo ficaram, por fim, suspensas de uma jogatana com «nuestros hermanos» que – diziam – andavam cansados e às voltas, como baratas tontas, apavorados por terem de defrontar o tal Ronaldo.
O país esplendia no vatídico bródio de uma vitória que era quase certa, porque os nossos «salvadores» tinham tido mais tempo para descansar que os castelhanos. Era só ganhar e depois ajustar as contas com os tais da Germânia. Pronto: acabava a fome, os despedimentos, as dívidas das prestações da casa.
Enquanto a «choldra» discutia a razão por que Ronaldo falhou um golo certo, esquecia-se das poucas-vergonhas que o governo ia lançando sobre ela – o fecho dos tribunais, a ameaça velada de mais austeridade, a não execução orçamental, o corte em mais subsídios, a subida trimestral da electricidade, o fim dos casos de excepção nas «scuts», a venda da Cimpor, da Tap, e doutras boas empresas que ainda julgamos que são nossas, a extinção de freguesias…
Os castelhanos, como de costume, vingaram Aljubarrota. O sonho apagou-se, fósforo ardido e desesperado.
Malditos «macacos» - terá pensado Passos Coelho – bem podiam ter metido um golinho nas redes do tal Casilhas… A festa durava mais uns dias. Davam-nos tempo para acabarmos de vez com Portugal…
EG
Este blog não está interessado em aderir ao novo Acordo Ortográfico da Língua Brasileira. Por isso, escreve no que entende ser Português escorreito
ou de como o PS de Quarteira quer tapar o sol com uma peneira
Sabe-se que o porto de pesca de Quarteira nasceu um bocadinho “para o torto” – e quem nasce torto…
Nasceu no sítio errado, cortando o areal, e em espaço que dificilmente permitirá futuras ampliações. Armou armazéns e estruturas, acrescentando a muralha de cimento que vai roubando a contemplação do mar a toda a cidade. Ficou com deficiências e faltas nas infra-estruturas que têm tardado em ser reparadas.
Pode dizer-se, talvez, que mais vale um mau porto do que porto nenhum, ou que é preferível o porto que temos à ancoragem da frota pesqueira no ante porto da marina, como acontecia há anos. Assim é.
Mas, num país onde cada um tem dificuldade em assumir os seus erros, não é surpresa para ninguém que os “dirigentes” socialistas de Quarteira, à falta de outro assunto onde devam pegar, volta e meia “ataquem” os jornais com notas de imprensa, dando conta do seu interesse e do dos “deputados do PS Algarve [que] em estreita colaboração com o PS Quarteira, continuarão a sua acção política com o objectivo de satisfazer todas as necessidades nas infraestruturas (sic) do Porto de Pesca de Quarteira”.
Afinal, não foram os governos do PS que – ainda em período de “vacas gordas” – foram responsáveis por que o porto de Quarteira tenha nascido torto?
E.G.
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Passaram-se muitas semanas sem que tivesse tempo e vontade de voltar a escrever aqui. Por um lado, a verificação de que o número de leitores da «Democracia do Sul» tarda em descolar – certamente fruto da inexperiência e meu desconhecimento das formas de divulgação de um blog – não é de molde a encorajar este escrevinhador. Para além disso, a atenção que tenho dedicado à associação criada com vista ao desenvolvimento cultural de Quarteira – a Xávega – absorve-me energias e atenção, deixando-me pouco tempo livre para outras actividades.
Finalmente e por outro lado, a série de nefastos acontecimentos na política portuguesa leva-me a pensar, desanimado, que, desde há meses, a DEMOCRACIA foi suspensa (esmagada?) em Portugal.
Um país com pergaminhos e história é hoje governado por uns fulanos quaisquer, estrangeiros, que ditam as formas de como os governantes portugueses eleitos devem agir, não passando de simples títeres nas mãos dos interesses da banca internacional.
Os direitos de um povo, os direitos dos portugueses? Que se lixem. Os tais a quem chamam troika, encabeçados por um etíope escapado à tradicional fome do seu próprio país, querem lá saber de que o número de desempregados cresça em cada minuto que passa! Querem lá saber que o tal governo de marionetas retire aos indígenas deste velho país de quase mil anos, condições de vida e de conforto e condene os mais pobres e remediados à fome e ao desespero! Querem lá saber se são estes e apenas estes os que são esbulhados da sua estabilidade financeira e até familiar, enquanto os de mais posses e privilégios vão escapando entre as pedras de granizo que esmagam os primeiros!
Quem protesta – dizem eles e a espécie de governo feito de inexperiência e servidão – são irresponsáveis, são egoístas, são alarves.
Ainda bem que o número desses “alarves” está crescendo e criando consciência das teias em que caiu! Ainda bem que esses “alarves” estão ficando cada vez mais senhores das suas convicções e cientes do que se passa à sua volta e das incapacidades de quem julga que nos governa.
São os títeres os que pensam que o povo está disposto a suportar tudo, com resignação feita cobardia.
Não se iludam! Um dia, o galo adormecido abrirá os olhos, perceberá que há outras alvoradas e, do alto do seu poleiro chamado RAZÃO, cantará!
E.G
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