Quase toda a gente conhece a história, apesar de, sobre ela, já terem passado 2074 anos.
Decorria, em casa de Júlio César, no 1º de Maio do ano 62 a.C., a festa da “Boa deusa”, uma orgia báquica, reservada exclusivamente às mulheres. A celebração fora organizada por Pompeia Sula, segunda mulher de Júlio César, ao que consta, uma mulher jovem e muito bela.
Acontece que Publius Clodius, jovem rico e atrevido, estando apaixonado por Pompeia, não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e, qual penetra, enfiou-se na festa, na esperança de chegar junto de Pompeia. Porém, foi descoberto por Aurélia, mãe de César, sem que tivesse conseguido os seus intentos.
Escândalo! Nesse mesmo dia, todos os romanos conheciam a peripécia e César não esteve com mais aquelas: decretou o divórcio de Pompeia. Mas César não ficou contra Publius Clodius, o suposto sacrílego.
Os senadores romanos estranharam: se César sabia, e o dissera publicamente, que à mulher não podiam ser assacadas quaisquer culpas, porque se divorciara dela?!
A resposta de César ficou famosa e perdurou até hoje: “Não basta à mulher de César ser honesta, ela precisa parecer honesta.” Ou seja, “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”.
A frase tem sido usada até à exaustão. No entanto, não entrou na história portuguesa, já que, neste país os bons modelos não são para cumprir, designadamente por aqueles que deveriam impô-los.
Não, não vou falar do curso do Relvas, do diploma de domingo de José Sócrates, ou dos negócios das acções do BPN e da casa da Coelha do Chefe do Estado.
Não vou falar dos amiguismos e nepotismos, das negociatas nas PPP e nas empresas municipais, ou nos negócios de sobreiros ou de submarinos, que teimam em persistir, governo sobre governo. Disso estão fartos de falar os jornais.
Não vou falar hoje nesses “peanuts” – porque em Portugal, tudo o que seja grave mas que respeite a figuras públicas é sempre considerado como ervilhanas. E todos os dias, quase sem excepção, rebenta um novo escândalo, uma nova bolha de corrupção. Pelo menos, nas páginas dos diários ou dos periódicos.
Podem até não ser escândalos ou razões para divórcios de Pompeia. Mas tantas vezes «cheiram» tão mal, que mais parecem merecê-los.
Há dois dias apenas, soube-se que o Pavilhão Atlântico, um verdadeiro monumento pago com o dinheiro dos nossos impostos, foi vendido, pelo governo, por 21 milhões de euros, um terço do valor do respectivo custo. É esquisito, não é?
E quem o comprou? – Um sujeito que, há poucas semanas, se dizia estar em falência; o organizador de festivais famosos, de música «pesada», muita liberdade, álcool e erva… Nada mais, nada menos que o marido da filha do actual Presidente da República Portuguesa.
Pode isso nada significar – ninguém pode e deve ser acusado sem ser presente o ónus da prova.
Não me ocorre lei específica, que inverta o ónus da prova para políticos, gestores e respectivos familiares; porém, na prática…
Mas, lá porque à mulher de César não podem ser assacadas quaisquer culpas, vamos esquecer que “não basta à mulher de César ser honesta, pois precisa parecer honesta”?
E.G
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Toda a gente já ficou a saber que, para se ser ministro não se precisa de um canudo. A competência não é tão facilmente adquirida como este.
A mim, pelo menos, não me incomoda nada que as criaturas tenham canudos das «jotas» ou das universidades comerciais que por aí pululam. Espanta-me, sim, o silêncio de hoje dos que ontem bramavam; como já me não surpreenderá com o ruido que farão amanhã, quando se fizer notar o silêncio dos bramadores de hoje.
Mas, como, por enquanto, a memória não me é curta, saltam-me à memória os «doutorados» que despontaram na nossa sociedade política logo após 1974. Quantos foram os «diplomados», em singulares cursos de verão, quase sempre em frequências curtas da conceituada Sorbonne? Perdemo-nos nos meandros da evocação de ministérios e secretarias de estado preenchidos por «doutores» que, por cá, nem o ensino secundário haviam concluído.
Alguém se lembra do ruído que se fez porque, no meio de tantos «doutores», um sindicalista notável mas não enfeitado com o competente canudo chegou a ministro trabalho? Ou de um secretário de estado da cultura cujo méritos lhe advinham dos poemas e não de um título universitário? Eu lembro, eu lembro…
Agora temos um Relvas que, através de «xico-espertice» mal explicada pela Universidade Lusófona, alcançou uma licenciatura; ontem, foi um Sócrates que, inconformado com o seu diploma de bacharel em engenheira civil (tirado, ao que parece, legalmente no ISEC), se promoveu com uma licenciatura na Independente (que, em termos conhecidos, também licenciou um tal de Vara (caixa numa agencia bancária de 3ª categoria), na véspera de este poder ser designado administrador de um importante banco.
Mas… quantos terão sido os «premiados»? É melhor não começarmos a pensar muito no assunto. É que o actual primeiro-ministro após um arrastado percurso académico, terminou a sua licenciatura, como que, à beira dos 40 anos, por aparente milagre, na mesma universidade cujo reitor «creditou» e avaliou Relvas…
Somos uns pais pequenino, prenhe de insegurança, à beira da mendicidade. Mas, nisto dos currículos de «doutores e engenheiros», ninguém nos bate. Como se justifica o milagre? Pois é simples: temos entre nós uma espécie de super-entidade, uma super-maçonaria que tudo rege, que fornece competência e saber - são as «jotas».
É nas «jotas» que se determina quem há-de mandar neste país. Não pela competência, mas como prémio pela dedicação e persistência. São as «jotas» que definem quem manobra as «máquinas partidárias».
Sócrates veio da «jota»; Portas, veio da «jota», Passos Coelho e Relvas vêm direitinhos da «jota». Seguro, também, ele, vindo da «jota», arrastou a custo a sua então cabeleira loira pelos bancos do liceu, dependurou uma inscrição no ISCTE, chegou a secretário de estado e, por se ter confessado «muito cansado», foi estagiar no parlamento europeu, donde voltou já «doutor», licenciado em relações internacionais pela Universidade… Autónoma de Lisboa (que, para tal, também lhe atribuiu créditos).
E as «Autónomas» e outras instituições universitárias privadas, famosas por fabricarem títulos académicos «a pedido», para promoção da mediocridade e dar «competência» para cargos de chefia? - como uma que todos conhecemos, aqui bem perto...
E.G
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Não sei se tiveram paciência ou oportunidade para dar uma volta, ontem à noitinha, pela marina
Vilamoura estava no vértice do mundo. Havia uma gigantesca passadeira vermelha, fotógrafos, «flutes» de champanhe, luz deslumbrante, tudo por causa de uma «festa de Verão», promovida pela SIC, com uma inauguração «muito importante»: um bar-discoteca.
Por isso, aquilo estava cheio de «vipes»: eles eram empresários que, à custa do suor de outros, compram audis «topo de gama», ferraris, maseratis, bugattis e outros brinquedos destinados a impressionar a maralha uma ou duas vezes por ano (até vimos passar um lamborghini murcielago); eles (elas) eram umas quantas velhas carcaças a carregarem dezenas de «plásticas» para, acima do pescoço, parecerem ter menos cinquenta anos do que indica o cartão de cidadão; eles eram uma espécie de estrelas de insignificantes telenovelas portuguesas, que de estrelas só têm o fisicozinho, um palminho de cara, ou uma boa «bengala» que lhes abre portas e camas; eles eram as «caras» da televisão portuguesa, comentadores, jornalistas, animadores de manhãs ou de tardes; eles eram os ases da bola que têm nos pés a ginástica e o «dribling» que lhes faltou na caixinha dos miolos quando andavam a aprender as continhas de dividir e o b-a-bá…
Mas eram, também, «vultos» da política. Sim, senhores, viram-se por lá uns quantos autarcas, umas caras do governo (por que será que, sobretudo no verão, os ministros e secretários de estado sempre têm trabalho às sextas-feiras, no Algarve?); quase todos os ex-ministros de todos os ex-governos andavam por lá a cirandar também e, como não podia deixar de ser, havia o corrupio duma chusma de deputados. Claro!
Curiosamente, ontem era divulgada uma estatística sobre o nosso parlamento: é às sextas-feiras que os deputados mais faltam aos plenários da Assembleia da República.
Julgam que eles dizem que faltam para, vindo às quintas-feiras, não demorarem muito nas bichas da ponte, no trajecto para o Algarve ou para outro sítio aprazível? Não, senhores, os senhores deputados, todos modelos de probidade e de uma ética a toda a prova, justificam as faltas nas vésperas do fim-de-semana, por motivo de “trabalho político”.
Esqueçam-se, meus amigos que os senhores deputados gozam de um dia específico para dedicar à política nos seus respectivos seus círculos eleitorais: a segunda-feira. Eles esqueceram-se há muito e o controlo do parlamento também.
Revela o jornal «i» que também às sextas feiras aumentam as faltas com a justificação de ausência «por doença». Isto quando apresentam justificação; pois desde 2009, deixou de ser necessário que os deputados entreguem qualquer prova para justificar as faltas, já que a palavra dos deputados “faz fé” e não carece de “comprovativos adicionais”.
Gente séria, sim senhores!
Voltemos à notícia do «i». O jornal deu-se ao trabalho de fazer a estatística respeitante aos 134 dias de sessões plenárias do ano parlamentar: às quartas-feiras, a média foi de 243 faltas, às quintas 270; e à sexta-feira, nada mais nada menos que 402 deputados, em média, não se deram ao incómodo de comparecer no seu local de trabalho, para o qual são pagos (principescamente) por todos nós, mesmo por todos os que estão a ser espoliados dos subsídios de férias (os senhores deputados, como não são funcionários públicos… dão-se ao luxo de receberem os 14 salários por ano, coitados).
Qual seria o “trabalho político” que os senhores deputados da nação estavam a fazer ontem, sexta-feira, na marina de Vilamoura?
E.G
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Sabem os meus leitores do meu desacordo com o actual dito “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” (que, como podem verificar, em todos os meus artigos, apelido de ser “da Língua Brasileira”).
Consolou-me ver que personalidades com as quais nem me considero ideologicamente próximo (como Vasco Graça Moura), gente das letras e jornalistas de prestígio (como Miguel Sousa Tavares ou o inveterado Esteves Cardoso) partilham, em relação a este estúpido “acordo”, o meu ponto de vista.
Recordo frequentemente, que quando da minha passagem (igualmente cretina) pela guerra, que cumpri na Guiné, me surpreendia a pureza com que o pessoal vindo do vizinho Senegal e que amiude fui contactando, falava um francês tão ou mais escorreito como o que se falava em Paris; enquanto raros eram os autóctones guineenses que conseguiam “arremedar” a língua dos dominadores de quinhentos anos.
Pois, se, em 500 anos, não fomos capazes de difundir a nossa Língua latina, não foi de admirar que num país onde, surpreendentemente, nem sequer existe uma Academia da Língua, viessem uns mafarricos da Academia das Ciências ditar que, agora, o Português tem de moldar-se às exigências daqueles que não o foram capazes de aprender.
Por isso, resisti e continuarei a resistir, vestindo o fato (sem “c”) daqueles que se opõem ao facto (com “c”) de tais iluminados nos quererem obrigar a esquecer as raízes latinas, em nome não se entende bem de quê.
Foi então, com júbilo, que tomei conhecimento de que Ivo Miguel Barroso, professor da Faculdade de Direito de Lisboa, vai apresentar, talvez ainda hoje, na Provedoria da Justiça, uma queixa, devidamente fundamentada em mais de 250 páginas, contra o denominado “Acordo Ortográfico”.
O professor defende que a Assembleia da República deve aprovar uma norma que desvincule o Estado português desse “acordo”, repondo a normatividade violada, operando um autocontrolo da validade, fazendo aprovar um acto que, reconhecendo a inconstitucionalidade das normas contidas no Acordo Ortográfico e, também, na Resolução parlamentar nº. 35/2008, retire eficácia a essa [aberração], auto desvinculando o Estado português".
Bato palmas e assino por baixo. E mais, estou com Ivo Barroso quando afirma que os cidadãos "gozam direito de resistência" ao acordo, referindo o artigo 21º. da Constituição Portuguesa, e também "de objecção de consciência e do direito genérico de desobediência a normas inconstitucionais".
Conte comigo, professor. Eu estou a resistir e resistirei sempre.
Se desobedecer a normas inconstitucionais é um direito meu… estou nessa!
E.G
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Recordo-me doutros tempos, felizmente já idos, em que um dos meus superiores hierárquicos, homem do «governo da nação», entendia que um corpo de inspecção devia funcionar como uma «matilha de mastins».
Sabem os meus leitores que o mastim é um cão de guarda, pesado, ossudo, um molosso forte, persistente, de corpo rijo e musculoso, tórax amplo, cabeça maciça, quase sempre atemorizante – e com razão, já que este tipo de cão ataca de modo fulminante, subjugando o inimigo com facilidade, tornando difícil a sua reacção.
O seu pescoço vigoroso e a cabeça de meter respeito, a sua enorme boca, dotada de dentes capazes de triturar ossos com a maior facilidade, transformam estes animais numa potente e temível arma de defesa/ataque.
Uma vez lançados nos seus propósitos, os mastins dificilmente se detêm sem que, previamente, tenham aniquilado o inimigo. Tanto, que estes molossos eram usados pelos romanos e pelos gregos como máquinas de guerra e, na arena, para combater com leões ou ursos pardos.
Era assim que aquele governante queria um corpo inspectivo: capaz de aniquilar aqueles que viesse a considerar como «inimigos a abater» - os subordinados.
Vem esta longa introdução para referir a forma «mastinesca» como, hoje, a imprensa persegue e aniquila pessoas, de forma bárbara, cruel, impiedosa, geralmente com segundas intenções e pondo isso ao alcance de uma opinião pública formada nas «escolas» da revista Maria, do jornal do Crime e das páginas sensacionalistas de outros jornais e pasquins, portanto, uma opinião apta a adoptar as touradas como forma da sua própria «civilização», uma opinião influenciável e bestial.
A imprensa actual não pretende formar, prefere informar (?) e dar o espectáculo do mastim a farejar e destruir as suas vítimas: quanto mais sangue, quanto mais perversidade… melhor! Não lhe importa que as causas sejam menores, ou que sejam, mesmo, infundadas. Fazer sangue é o seu objectivo. Não lhe basta cravar a bandarilha ou o estoque, sente necessidade de revolver a ferida até que a vítima estrebuche ou urre de dor.
Está na nossa memória a forma como os mastins se lançaram sobre Sócrates, quando primeiro-ministro: ora porque não tinha arte para projectar casas rústicas; ora porque, após o seu divórcio, vivia no mesmo prédio onde residia um actor homossexual; ora porque no seu ministério havia suspeitas de que, para aprovar a construção de um centro comercial, teria havido «luvas» e, quem sabe? até talvez essas luvas lhe tivessem mesmo aquecido as mãos e algibeiras; ora porque a data do seu diploma de licenciatura correspondia a um domingo… O que era preciso era fazer espectáculo bárbaro, circense; sentiam necessidade de sujar, chafurdar, misturar-lhe o sangue no barro dos caminhos. Se havia razões? Talvez não, mas não importava, já que os mastins iam conseguindo o que pretendiam: vender papel ou entreter telespectadores, rasgando, com os caninos, o corpo, a alma, a reputação de um homem.
Afastado o homem, os mastins buscam outros alvos. Relvas e as suas equivalências caíram que nem sopa no mel. Passa ele a ser o alvo da matilha: fez só um exame? Canalha! Professores da universidade que lhe outorgou o diploma ocupam agora altos e chorudos cargos? Malandro do Relvas! Vamos cravar-lhe o estoque, vamos ao sangue! O homem é capaz, é competente? Que lhes importa se tem capacidade de trabalho ou iniciativa ascendente sobre o governo tíbio que está ao leme de um país ingovernável?
Nada interessa aos mastins, para além de revolver a ferida até que a vítima urre de dor. A seguir ao diploma, outra coisa «repugnante» surgirá. Quem sabe? talvez, na escola primária, o Relvas tenha «bifado» um berlinde ao companheiro de carteira… ou talvez tenha, no meio da confusão, quando adolescente, passado a mão no traseiro de uma colega do liceu… O sangue haverá de espirrar por isso.
Mais perto de nós, já há alternativa para quando o «assunto Relvas» estiver na gaveta: chama-se Macário! Quem é este «não fumador» que ousou concorrer e ganhar a câmara de Faro? O autarca tavirense que mais contribuiu para a construção de habitações sociais e mudou a face da sua cidade natal? O presidente de câmara que é o primeiro a chegar ao local de trabalho, que cumpre horários, que é capaz de coordenar, com singeleza e bom senso, o «corpo municipal» e que está sempre pronto para escutar cada um dos cidadãos?
Não, isso são ninharias! O que lhes importa é se ele permitiu a construção de um lar num terreno inculto e improdutivo mas que é considerado apto para agricultar. O que lhes importa é que ele tenha permitido transformar um inútil tanque de rega numa piscina. Isso, sim, é motivo para os mastins atacarem. Vamos ao sangue! Vamos a ele, vamos roubar-lhe a tranquilidade, destruir-lhe a reputação, rasgar com os caninos ferozes, as feridas que lhe façamos, até que a vítima urre de dor.
Quem é o senhor que se segue? A quem irão os mastins misturar o sangue no barro dos caminhos?
Væ victis!* - que o mesmo é dizer: ai de quem seja perseguido pelos mastins! Que «pequeninos» somos!
* loc. lat. – Ai dos vencidos!
E.G
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Os jornais enchem parangonas: o diploma de Relvas é falso; como há anos usavam o mesmo tema sobre Sócrates. Não questionam se os diplomas são necessários para se poder ser ministro.
Não são. Mas os jornais apenas querem dizer: Relvas é um trafulha. Como, há anos, disseram de Sócrates. Como se o facto de um político ser trafulha fosse novidade. Novidade seria encontrar um político (pelo menos, actualmente, em Portugal) que não usasse «xico-espertices» e trafulhices para chegar onde queria: ao poleiro.
E enquanto os jornais usam estes temas menores para encher papel e vender jornais, os temas que realmente importam ao zé-povinho passam a segundo plano.
Enquanto se fala do diploma de Relvas, passa em claro a evidência mostrada pelo Tribunal Constitucional de que a decisão de cortar os subsídios de Natal e de férias foi ilegal, foi um absurdo social e económico, sendo, assim, um contributo imenso para agravar a crise e, como tal, foi uma irresponsabilidade imbecil.
Enquanto se fala do diploma de Relvas e da fidelidade (conivência?) entre este e o primeiro-ministro, não se mencionam as falências de empresas e do consequente aumento do desemprego, ambos provocados por medidas como o aumento do IVA e por estes sucessivos cortes que diminuem o poder de compra da população.
Enquanto os títulos se ocupam do inútil diploma de Relvas, passa a segundo plano o facto de o governo não ser capaz de renegociar as «parecerias público-privadas», mas teve a «coragem» de tomar a decisão arbitrária de atacar o elo mais débil da corrente, sacando aos funcionários ainda mais do que eles já eram capazes de suportar.
Logo que Passos Coelho ou o seu ministro «f…-mansinho», das Finanças, anunciaram esses cortes de subsídios aos funcionários, a oposição e muitos economistas avisaram sobre a inconstitucionalidade da medida, já que comportava desigualdade entre o sector privado e o sector público. Coelho e «F…-mansinho» fizeram, irresponsavelmente, orelhas de mercador.
Cavaco, cúmplice desta espécie de governo «infanto-juvenil» que está à frente dos nossos destinos, fez que não percebeu e promulgou.
Vem agora dizer que sim, que percebeu, mas que deixou passar sem pedir o parecer do Tribunal Constitucional porque senão… não havia orçamento.
Agora, que o Tribunal avisou sobre a ilegalidade e irresponsabilidade cometidas, já o governo de Relvas/Coelho e «F…-mansinho» agitam a possibilidade de alargar a medida ao sector privado.
Nem comentamos esta incoerência, que mais agravaria as condições de vida das pessoas e a crise económica (donde não nos escaparemos com facilidade, mesmo sem estas medidas estúpidas, infantis, irresponsáveis e absurdas).
Mas os absurdos não ficam apenas por este (des)governo, bom aluno da senhora Merkel. É que o Tribunal Constitucional considera que os cortes dos subsídios de Natal e férias à função pública são uma violação da Constituição; mas vai «deixar passar» por esta vez. Ou seja: a medida que é inconstitucional para o próximo ano, é aplicável no ano corrente.
Temos uma Constituição pisca-pisca, que ora pisca, ora não pisca?!
E.G
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Alertado por um comentário que foi remetido à «Democracia do Sul», procurei mais seguras informações e quase me caiu o queixo ao chão porque me dizem que é voz corrente que Vítor Faria se deverá apresentar, nas hostes socialistas, como candidato a presidente da câmara de Loulé.
Que ambição lhe não falta, é facto de há muito conhecido. Que a ousadia fosse tão longe, não passaria pela cabeça de ninguém.
Os socialistas das «terras de Loulé» colheram, nas últimas eleições, o seu pior resultado de sempre e julgar-se-ia que agravá-lo seria impossível. Não aprenderam nada, desde então.
É certo que alguns dos que, em tempos, se tinham perfilado para a função se eclipsaram deliberadamente. Silva Gomes e Rui Lourenço têm miolos na cabeça para evitar meterem-se em becos sem saída e mesmo os de Hugo Nunes lhe chegam para fugir a humilhações. Jamila anda agora na permanente cola de José Seguro, já que, tanto ela como o «extinto» Freitas se acharão competentes para uma pastazinha qualquer (se o Álvaro do PSD tem uma…).
Que resta, então ao PS/Loulé? Vítor Aleixo? Duvido que o seu bom senso e natural e espontânea indisciplina o deixem arriscar uma terceira derrota. Fica-lhes Faria? E dizem eles que uma eventual candidatura de Hélder Martins, pelo PSD é uma candidatura fraca?!
Pois está bem: se debaixo de uma pedra do Barrocal os socialistas não encontrarem melhor em todo o município, apresentem a candidatura de Faria, para consolação de Joaquim Vairinhos, que ainda se vai rir…
Hélder Martins, por seu lado, já pode esfregar as mãos.
E.G
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Já nada me espanta na política portuguesa. Ou melhor, nada do que façam ou digam os políticos portugueses (que agora nem precisam deixar passar dias para se desdizerem. Basta que decorram uns minutos. Ou nem isso).
Aprecio o sorriso do «Álvaro». Ele acha que tem cumprido o seu papel e voltou à feira do artesanato para confirmar que ainda se chama Álvaro e para demonstrar que, um ano e mais uns dias sobre a sua tomada de posse, mantém o seu ar ingénuo (acho que o homem não tem capacidade sequer para ser hipócrita) sobre a inoperância que revelou.
Espanta-me o Portas com aquele nariz de fuinha e a cara de pau com que agredia tudo e todos e o próprio Presidente da República, enquanto foi jornalista, mas agora acha que este ano foi prenhe de reformas e propiciador de bem-estar (para ele, claro, terá sido).
Não me espanta o primeiro ministro. Acho que Passos Coelho percebe tanto do que seja governar, como eu entendo de lagares de azeite. A diferença é que eu nunca tentaria espremer uma ceira.
Nem me espanta o seu patrão Relvas, que revela a mentalidade e o espírito de um saca-rolhas – tão retorcidos e com o único objectivo de se manter no poleiro e mostrarem que é ele quem dita as regras (tão contorcidas como ele próprio).
Não me admira que aquele que um dia concorreu a presidente da Câmara de Mértola conseguindo o resultado histórico de… 23 votos (!) e se chama Arnaut, tenha sido nomeado administrador da REN, uma empresa que é cliente do seu escritório de advogado. Não admira porque a corrupção atingiu o seu ponto mais alto, sob a batuta deste governo inábil e mentiroso.
Não me admira que os socialistas tenham escolhido para seu líder um indivíduo indubitavelmente ambicioso, mas sem ideias, sem carisma, sem chama: um Seguro entediante e tão repetitivo como uma cassete de cariz cunhalista.
O que me admirou mesmo foi a espantosa aclamação das hostes socialistas, quando Pedro Silva Pereira, «socratista» indefectível, subiu à tribuna parlamentar para, com uma singular clareza argumentativa, denunciar a «receita» de «Vítor Gaspar» que nos levou à mais triste miséria que o país conheceu desde o século das trevas (como se os deputados e todos nós o não soubéssemos).
Provavelmente, os parlamentares socialistas começam a admitir que o «socratismo» até era menos mau do que o «passismo» que o veio substituir (o provérbio diz que «se queres ser bom, morre ou vai-te embora»).
Por outro lado, é evidente que nem Passos Coelho nem Vítor Gaspar foram ainda capazes de entender a estupidez que os levou a serem mais «troikistas» que a própria troika.
A minha dúvida é se, agora, terá Seguro percebido que o país precisa de um Homem com vocação de líder para tentar conduzi-lo aos bons caminhos. Duvido; a sua caixinha craniana parece que ficou cheia com a ambição do poder. Não cabe lá mais nada.
E, para ser sincero: não vejo onde os portugueses irão descortinar esse Homem.
E.G
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