Agradece-se ao blog AVENTAR o trabalho a que se deu... para que eu o pudesse copiar!
E.G.
Este blog não está interessado em aderir ao novo Acordo Ortográfico da Língua Brasileira. Por isso, escreve no que entende ser Português escorreito
Não sei se António José Seguro “avisou” (ou não) Cavaco que está pronto para eleições como se afirmava, há dias, no Diário de Notícias - tantos foram os desmentidos e as reconfirmações da notícia.
Não me interessa se o facto é mentira, ou não; nem se foi, ou não, o DN que, afecto ao «poder constituído», manipulou as palavras do líder socialista. Mas cheira, por aí a eleições para o Parlamento e já há listas fechadas para as lideranças municipais. E aí, a gente começa a ter razões para preocupações…
Tenha juízo, senhor Seguro. Desde que, há anos, o conheço sei o que você vale e o que o rege: ambição e vacuidade. Só os seus amigos lhe dizem que você é «bom». Todos os demais sabem que você tem, na sua cabecinha, areia da mesma praia onde Coelho encheu a sua… Tirando as repetidas frases feitas que usa, é bem evidente que não passa de um balão inchado.
Certo, certo, é que António José Seguro, em entrevista ao jornal «I», afirmou que «o PS está sempre disponível para assumir as suas responsabilidades», sugerindo, deste modo, que poderá voltar ao poder mais cedo do que nós pensávamos, pois, ainda em Setembro, o mesmo Seguro dizia, com aparente convicção, que o lugar do PS é na oposição. Agora o discurso mudou, já que as palavras do líder socialista demonstram que o PS tem pressa de chegar ao poleiro.
Aqui temos mais uma semelhança de Seguro com Coelho: a sua ambição cega e inconsciente. Passos Coelho provocou a queda de Sócrates, afirmando-se preparado e sabendo as soluções. Nós acreditámos. O resultado é o que se está a ver. Seguro, agora repete Coelho…
Mas para que estão «preparados» estes «putos»? A sua ideia de governar um país é que isso é o mesmo que dar ao dedo nos botões da playstation? A sua prática de vida assemelha-se ao uso do facebook e da rapidez com que trocam mensagens em sms?
Coelho conseguiu uma licenciatura apenas aos 37 anos, numa universidade dessas privadinhas da silva, que oferecem licenciaturas aos Sócrates e aos Relvas deste país. Seguro, acabou mais jovem. Na mesma universidade.
Coelho, para além duns esquemas de olho vivo, com Relvas, mamando de subsídios públicos, «fingiu» que trabalhou (?) para o seu padrinho Ângelo Correia, só para fazer currículo. Seguro enfiou-se logo, de cabeça, nas lides partidárias. Experiência de vida de ambos… zero! Responsabilidade profissional… zero! Experiência de gestão? Nem numa merceariazinha de bairro tentaram fazê-lo. Credibilidade? Quem lha reconhece>?
E são estes «putos» inconscientes que têm a veleidade de querer governar o país!
O pior é que, olhe a gente para um lado ou para o outro, não estamos a ver qualquer «cabeça» capaz de assumir a tarefa. Ao contrário: sabemos que com qualquer político daqueles que conhecemos, o que vier a seguir fará sempre pior.
Por isso, chegámos onde estamos.
(imagens retiradas da internet)
E.G.
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Sinto uma raiva a crescer em mim. Passos Coelho rejeitou o PEC 4, pelo carácter excessivo das suas medidas, e prometeu não subir os impostos. E agora faz-me isto?!
E tenho de fingir que vamos ultrapassar as cretinices que o senhor e o seu alter-ego Gaspar estão a fazer à minha vida, deixando-me a família numa situação de desespero.
Quem pode gostar de um fulano que sacrifica assim um país só pela ambição de ser (ou fingir ser) primeiro-ministro? Eu, não. Nem que ele pertencesse à minha família!
Pelo mal que me faz e pelo que promete vir a fazer, também sinto “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes”, como o jornalista Nicolau Santos – ele, um insuspeito anti-socrático conhecido – que na sua coluna de sábado, escrevia:
"Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!...
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!
Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.
O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as pescas, a agricultura e a indústria.
Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no mento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.
E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus.
Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou, como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja,todas as soluções passam pelo ataque ao trabalho e pela defesa do capital financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?
O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.
Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.
Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo!”
(transcreve-se um texto de hoje, do jornalista Nicolau Santos e usam-se imagens retiradas da internet)
E.G.
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A noite ajudou à festa. Estava fresquinho, mas dentro do salão do Centro Paroquial de Loulé havia tanta gente que o frio não teve licença para entrar.
Veio gente de toda a parte: Querença, Tôr e Benafim e mais uns quantos curiosos de Loulé e talvez alguns de Almancil, Quarteira e Boliqueime. Mas estes sentiam que aquela não era a festa deles.
Havia uma proposta, a partir de reuniões de Querença e de Tôr, que previa a agregação destas duas freguesias com a de Benafim. Benafim trazia uma claque, com cartazes e tudo. O serão prometia, tanto mais que à chegada do presidente da freguesia de Benafim, a claque animou, com gritos e aplausos. Uma festa!
Bem, não era propriamente uma festa… era uma reunião da Assembleia Municipal de Loulé que estava ali para discutir algo sem pés nem cabeça: a designada agregação de freguesias consideradas como "situadas em lugar não urbano", nos termos da Lei n.º 22/2012. Uma coisa um tanto sem pés nem cabeça, tanto mais que as freguesias “consomem” apenas 0,1% das receitas do estado.
Essa incrível lei, não prevê o encerramento de qualquer município; vai direitinha contra as freguesias. Como sempre, o elo mais fraco é o alvo do governo, esse que se propunha "cortar nas gorduras" e ainda não encerrou um único instituto, uma única empresa municipal e coisas assim.
Contra os cidadãos, vai-lhes à carteira, reduzindo uma classe média… à média de uma classe miserável; contra o poder autárquico vai-lhe às freguesias.
Acerca de Loulé, sabia-se que estavam em risco de «desaparecerem» três freguesias. A câmara adiantou-se e jogou uma proposta sem pés nem cabeça, onde se misturavam freguesias “situadas em lugar não urbano” com freguesias urbanas; mas todos perceberam a intenção (aliás, confessada em reunião de câmara): despoletar a discussão no âmbito da assembleia municipal, a entidade a quem competia decidir sobre a matéria, a fim de que a decisão não transitasse para o poder discricionário do governo central.
Todos perceberam isso. Todos? Não! Há sempre um partidozinho sem rumo e com uma liderança espantosa e basicamente «limitada» que só existe com a finalidade de proferir a única expressão que conhece: "somos contra". Apresentar propostas? Isso dá trabalho…
Assim, uma reunião que poderia ser rica em argumentação, tornou-se numa troca de argumentos demagógicos de parte a parte. Aquelas centenas de pessoas simples, que vieram de Querença, Tor e Benafim, seguiram aquela discussão oca, sem perceberem muito bem o que se passava lá à frente, nas "bancadas" daqueles senhores que tinham copos e bolos sobre a mesa.
O povo, perplexo, baixou os cartazes, calou-se e, certamente, na quase totalidade, lamentou as horas roubadas ao sono por aquele espectáculo gratuito em todos os aspectos. E nem sequer tiveram oportunidade de escutar a leitura da proposta (porque ninguém lha leu) – por sinal muito bem estruturada – que estava em discussão e que provinha dos sociais-democratas de Querença, proposta na qual, tal como a lei manda, referia as freguesias a que respeitaria a agregação, a denominação da nova freguesia, a definição dos limites territoriais. Faltava a determinação da sede, mas isso resolveu-se com uma breve interrupção dos trabalhos para que os três autarcas, juntamente com o líder da bancada PSD, solucionassem o problema.
As pessoas vieram ali… ouvir o quê? Aprender o quê? Saiu dali alguma proposta ou sugestão destinada ao seu bem-estar, à melhoria das suas condições de vida? Não.
A discussão era política e mais nada. A discussão assentava em algo de concreto? Muito pouco. Quanto à demagogia… essa esteve lá sempre, sobretudo vinda daqueles senhores que se sentavam lá em cima, à direita, mas que dizem ser de esquerda. A casa da Democracia foi, uma vez mais, a casa da demagogia.
Bem fez o presidente da câmara, que preferiu ignorar as provocações acerca de uma proposta do executivo municipal que afinal… até já fora (discutivelmente) retirada.
Bem fez a mesa da assembleia que deixou «estender-se» no tempo, o partido do punho ou da rosa (conforme as conveniências de momento) que não trouxe qualquer proposta; quanto mais se estendia no tempo, mais o seu líder se estendia ao comprido, emaranhando-se e tropeçando nas suas próprias palavras.
Da reunião, valeu o período de intervenção do público, com duas ou três certeiras e não demagógicas intervenções. O resto…
O curioso deste doloroso serão foi que os líderes partidários parece que tinham combinado, à hora de almoço, que a proposta do PSD/Querença seria votada por unanimidade. Depois, foi o que se viu: o PS votou contra (nem todos, claro); o elemento do Bloco de Esquerda, como sempre também foi «do contra»; mas esse tem sempre o mérito de apresentar propostas alternativas. Assim, compreende-se o seu voto negativo (menos se compreende a sua aparente «submissão» aos desígnios socialistas - que até lhe transmitem recados escritos, ali mesmo, à frente de toda a gente. Como se não compreende idêntica submissão do elemento do CDS aos alvitres sociais democratas, sejam eles quais forem).
E falta falar dos presidentes das juntas de freguesia. Os de Tôr e de Querença, legitimados pelas posições assumidas nas assembleias de freguesia, estiveram incondicionais com a proposta do PSD; o de Benafim… coitado do senhor: viu-se que estava apertado – de um lado, tinha a forte claque emudecida; por outro lado, tinha que assumir uma posição que o não expusesse perante a opinião da sua família política. Absteve-se mas não se percebeu de quê.
Os autarcas de Ameixial, Salir, Alte e Quarteira entenderam que naquele baile não se tocava música que os pusesse a dançar. Melhor foi ficarem calados, não vá a Lei 22 ainda lembrar-se que, pelas suas contas, falta «acabar» com uma terceira freguesia. O de Boliqueime (esperto, o moço) atreveu-se mesmo a votar favoravelmente a proposta do PSD/ Querença – pôr as barbas de molho quando as do vizinho estão a arder é sinal de prudência e de cabeça assente).
Os presidentes das juntas da cidade também falaram; mesmo que nada de importante dissessem. Faltava o de Almancil. O homem acha-se um tribuno. Fala dos temas nacionais, em tom alvar e assertivo. No fim, a gente espreme, espreme e… nada! Cala-se provavelmente quando entra mosca… É o costume.
Pronto. Como sempre, a maioria PSD fez valer o seu número. As pessoas voltaram para casa sem terem percebido nada. À saída, uma mulher perguntava ao companheiro: Então? Ganhámos?
Que esperaria a pobre criatura ganhar?
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Finalmente, conheceram-se as conclusões do FMI sobre o estado da economia, através da divulgação, há poucos dias, do relatório semestral desta instituição.
Nesse relatório, o FMI reconhece que as medidas de contenção orçamental estão a ter um impacto negativo muito maior do que aquilo que previam e, assim, não só a Europa, mas, sobretudo, os países intervencionados, como Portugal, estão s ser vítimas de um «colossal» (termo querido do nosso ministro das Finanças) erro de cálculo.
O FMI confessa que, nos seus modelos de projecção, previa-se que, em aumento de impostos ou no corte na despesa pública, por cada euro reduzido, o PIB perderia 50 cêntimos. Acontece porém que, desde 2008, por cada euro no corte na despesa pública ou no aumento de impostos, o PIB perdeu entre 90 cêntimos e 1,70 euros, o que significa que a economia perdeu mais do que aquilo que o estado recebeu a mais. O FMI confessou o erro e reconhece-o.
A senhora Merkel e o seu fiel e cego seguidor Passos Coelho é que ainda não perceberam que a austeridade não resulta e, pelo contrário, é contraproducente. E insistem, insistem, insistem…
Os resultados estão à vista: pedem mais sacrifícios, mais austeridade para que - como «bons alunos» que se auto titulam -, com esses novos sacrifícios, possam contrabalançar os danos causados à economia e aos cidadãos. A espiral recessiva aprofunda-se.
Ora, perante a confissão desse «colossal» erro e a posterior insistência no mesmo erro, o «professor» FMI (e os seus «bons» assistentes Vítor Gaspar e Passos Coelho), teimarão em querer ostentar a estratégia do «bom aluno»?
E quem pagará o prejuízo de tamanha incompetência?
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Na campanha eleitoral, o PSD, pela boca de Pedro Passos Coelho tinha-nos dito que sabia perfeitamente como iria reduzir as despesas do Estado, as «gorduras», como se baptizaram, então. Eram as PPP, eram os governos civis, eram os institutos e as empresas públicas e municipais, eram as fundações, eram os «excedentes da função pública…
Eleito para o governo, avançou logo com a extinção dos governos civis. Pudera! Os governadores civis eram, todos eles, boys do PS!...
Ficou-se à espera da redução das outras «gorduras do país». Alto lá! É preciso fazer estudos, isto não vai assim, sem mais nem menos.
Institutos públicos? – Tenham calma. Ainda não há estudos conclusivos.
Empresas públicas e municipais? – Calma, amigos, dêem tempo ao tempo. Além disso, elas estão crivadas de boys dos nossos…
Excedentes da função pública? – Não podemos despedir as pessoas…
Fundações? – Pronto, pronto. Está feito o estudo. Há aí centenas de Fundações para encerrar. Ora deixem ver… Olhem, íamos encerrar aqui uma dezena e meia mas as câmaras não querem ou porque as fundações não precisam do nosso dinheiro ou da nossa autorização para funcionarem e, afinal, a gente pouco gastava com elas.
Ficaram aqui quatro onde vamos ser implacáveis! Esta, por exemplo: Fundação António Aleixo, no concelho de Loulé. Para que serve isto?! Só suportam um infantário, fazem assistência domiciliária, coisinhas assim… Em suma, dá assistência a centenas de famílias. Insignificâncias assim, sem grande uilidade! Então, fecha-se!
E determinaram o seu encerramento.
Como reagiram os louletanos? Protestaram? Ora, ora, para quê? Não basta a gente discutir isso no café?
E o governo percebeu: estes aqui aguentam tudo o que quisermos; então, vamos a eles. E puseram-se a esgravatar, à procura doutro sítio onde cravar o choupo.
Olhem - disseram os esgravatadores - o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem, há dois anos, em Loulé, um helicóptero. Para que é que eles querem o raio do helicóptero? Não têm que evacuar sinistrados todos os dias… Pegamos num helicóptero daqueles grandes, que estão ao serviço do Ministério da Administração Interna, adaptamo-lo para poder efectuar serviço de socorro médico e já está. Então vamos tirar o helicóptero do INEM de lá.
E que fizeram os louletanos? Protestaram? Ora, ora, para quê? Não basta a gente discutir isso no café?
Em Macedo de Cavaleiros o ministro quis fazer o mesmo. O povo saltou à rua, os autarcas encabeçaram uma manifestação. Ameaçaram retaliar. Aquilo é gente determinada; lutam. O governo foi-se abaixo e voltou atrás com a decisão. O helicóptero ficou lá.
Por cá, segundo a acta da reunião de câmara de 11 de Janeiro, a eventual retirada do helicóptero do INEM já fora objecto de uma moção votada por unanimidade; provavelmente, também no sossego dos gabinetes, o assunto fora discutido; mas ficou-se à espera de que o governo actuasse e só hoje a autarquia tornou público um manifesto sobre o assunto.
O pessoal do concelho louletano… isto é outra gente: calma, resignada, comodista. Ficámos todos à espera que as uvas amadurecessem, enquanto se aguardava a posição oficial da autarquia. Agora, aí está ela:
"Na sequência da tomada da decisão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em retirar de Loulé o Helicóptero que se encontrava sedeado no Heliporto Municipal de Loulé há cerca de dois anos e meio, deslocalizando-o para Beja, o executivo municipal manifesta a sua total discordância.
Em primeiro lugar, a prevalência das ocorrências no Algarve (87%) é claramente superior à registada no Distrito de Beja (11%), no período compreendido entre Abril de 2010 e agosto de 2012.
A alternativa apresentada, com a adaptação de um KAMOV (helicóptero pesado ao serviço do Ministério da Administração Interna) para efectuar a prestação de socorro não vai ao encontro das necessidades já que, pelas suas características, está vocacionado para outro tipo de serviços que não as operações de emergência médica.
O Algarve, não só pela população residente ao longo do ano mas, fundamentalmente, pela população flutuante que triplica na época do verão, tem necessidade de um serviço permanente que preste auxílio imediato em situações de emergência até porque, o facto do Hospital Central ainda não estar concretizado, torna necessário que exista um equipamento que transporte doentes para os grandes centros como Lisboa (32% das ocorrências efectuadas no Algarve reportam a transferências inter-hospitalares).
Assim sendo, esta medida vai prejudicar claramente não só as populações mas também o turismo algarvio já que, nos dias que correm, os serviços de saúde constituem um factor determinante na escolha de um destino turístico".
O manifesto tem toda a razão de ser; mas tenho cá para mim que não vai chegar aos corredores do poder, onde já deveria ter dado entrada há muito.
A população louletana, essa continuará a protestar… à mesa do café.
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