Toda a gente já ficou a saber que, para se ser ministro não se precisa de um canudo. A competência não é tão facilmente adquirida como este.
A mim, pelo menos, não me incomoda nada que as criaturas tenham canudos das «jotas» ou das universidades comerciais que por aí pululam. Espanta-me, sim, o silêncio de hoje dos que ontem bramavam; como já me não surpreenderá com o ruido que farão amanhã, quando se fizer notar o silêncio dos bramadores de hoje.
Mas, como, por enquanto, a memória não me é curta, saltam-me à memória os «doutorados» que despontaram na nossa sociedade política logo após 1974. Quantos foram os «diplomados», em singulares cursos de verão, quase sempre em frequências curtas da conceituada Sorbonne? Perdemo-nos nos meandros da evocação de ministérios e secretarias de estado preenchidos por «doutores» que, por cá, nem o ensino secundário haviam concluído.
Alguém se lembra do ruído que se fez porque, no meio de tantos «doutores», um sindicalista notável mas não enfeitado com o competente canudo chegou a ministro trabalho? Ou de um secretário de estado da cultura cujo méritos lhe advinham dos poemas e não de um título universitário? Eu lembro, eu lembro…
Agora temos um Relvas que, através de «xico-espertice» mal explicada pela Universidade Lusófona, alcançou uma licenciatura; ontem, foi um Sócrates que, inconformado com o seu diploma de bacharel em engenheira civil (tirado, ao que parece, legalmente no ISEC), se promoveu com uma licenciatura na Independente (que, em termos conhecidos, também licenciou um tal de Vara (caixa numa agencia bancária de 3ª categoria), na véspera de este poder ser designado administrador de um importante banco.
Mas… quantos terão sido os «premiados»? É melhor não começarmos a pensar muito no assunto. É que o actual primeiro-ministro após um arrastado percurso académico, terminou a sua licenciatura, como que, à beira dos 40 anos, por aparente milagre, na mesma universidade cujo reitor «creditou» e avaliou Relvas…
Somos uns pais pequenino, prenhe de insegurança, à beira da mendicidade. Mas, nisto dos currículos de «doutores e engenheiros», ninguém nos bate. Como se justifica o milagre? Pois é simples: temos entre nós uma espécie de super-entidade, uma super-maçonaria que tudo rege, que fornece competência e saber - são as «jotas».
É nas «jotas» que se determina quem há-de mandar neste país. Não pela competência, mas como prémio pela dedicação e persistência. São as «jotas» que definem quem manobra as «máquinas partidárias».
Sócrates veio da «jota»; Portas, veio da «jota», Passos Coelho e Relvas vêm direitinhos da «jota». Seguro, também, ele, vindo da «jota», arrastou a custo a sua então cabeleira loira pelos bancos do liceu, dependurou uma inscrição no ISCTE, chegou a secretário de estado e, por se ter confessado «muito cansado», foi estagiar no parlamento europeu, donde voltou já «doutor», licenciado em relações internacionais pela Universidade… Autónoma de Lisboa (que, para tal, também lhe atribuiu créditos).
E as «Autónomas» e outras instituições universitárias privadas, famosas por fabricarem títulos académicos «a pedido», para promoção da mediocridade e dar «competência» para cargos de chefia? - como uma que todos conhecemos, aqui bem perto...
E.G
Este blog não está interessado em aderir ao novo Acordo Ortográfico da Língua Brasileira. Por isso, escreve no que entende ser Português escorreito
* RESGATE SIM, RESGATE NÃO,...
* VERDADEIRO EMBUSTE, ESTE ...
* ELEGIA DA INFRUTUOSIDADE ...
* DE QUE SERVE SER BOM ALUN...
* A ESPERANÇA VIRÁ DE BARCE...
* ASSALTO AO «POTE» PELOS «...
* Autarquias
* Entidades Oficiais
* Finanças
* A M A L
* Órgãos de informação
* Bola
* Público
* Record
* R T P
* S I C
* T V I