Terça-feira, 7 de Agosto de 2012

A NOVA LEI DO ARRENDAMENTO

Passos Coelho garantiu que não prejudica os pobres…

Inacreditável ! -  o Presidente… acreditou nele!

A ver se entendo: o senhor Presidente da República, apesar de ter dúvidas, promulgou a nova rei das rendas, depois de o primeiro-ministro lhe ter garantido que as classes socialmente mais débeis estavam protegidas.

Será que eu ouvi bem? Será que os jornalistas que reproduziram tamanho disparate ouviram bem? E ninguém diz nada?

Então digo eu: o Presidente teve dúvidas. Isso significa que a «coisa» não estava perfeitamente clara, senão, ele não teria dúvidas. Sim, porque eu acredito que o senhor Presidente, que fez a sua licenciatura e defendeu tese de doutoramento noutros tempos em que não havia «processos de Bolonha» nem universidades específicas para Relvas outros que tais, deve saber interpretar.

Partindo desse princípio, o Presidente não soube interpretar e, por isso, claramente, teve dúvidas. Por isso só havia dois caminhos: ou a proposta de lei ia para o cesto dos papéis, ou seria devolvida à Assembleia da República para que esta fizesse obra mais asseada.

Pois o Presidente não fez nem uma coisa, nem outra. Enquanto preparava a partida para «banhos», chamou o primeiro-ministro e disse-lhe: “- Olha lá, ó Pedrinho, isto não vai prejudicar os velhos, os doentes, as famílias sem recursos económicos?”

Então, que se esperaria que o primeiro-ministro fizesse? Habituado como está a enganar os eleitores, tratou de descansar as dúvidas do Presidente: “- Prejudicar velhos, doentes, famílias sem recursos, senhor Presidente!? Nem pense nisso. Isto é até muito favorável a essa gentinha…”

E o nosso Presidente, fazendo o papel ingénuo de quem não mora no país nem lê jornais ou assiste aos noticiários da televisão, acreditou naquele poço de virtudes, símbolo da sinceridade e da verdade e… zás! “– Tomem lá portugas! Isto é o que vocês merecem por eleger xico-espertos ignorantes e mentirosos. Agora paguem e calem.”

E nós? Ora, nós, somos o rebanho pacífico que o Presidente bem conhece desde que, sendo ele primeiro-ministro, permitiu as prebendas facilitadas pelas comparticipações da União Europeia, as quais, em vez de serem aplicadas no desenvolvimento do país e no bem-estar da população, foram sendo distribuídas a… quem não deveriam ter sido. Comemos, calamos e pagamos!

Nem Salazar teve coragem para mexer nas leis das rendas. Teve-a Passos Coelho, acalmados os pruridos do Presidente, que estava de saída para a Praia da Coelha.

E.G

  

 Este blog não está interessado em aderir ao novo Acordo Ortográfico da Língua Brasileira. Por isso, escreve no que entende ser Português escorreito

Publicado por democracia-do-sul às 11:02
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Segunda-feira, 30 de Julho de 2012

A MULHER DE CÉSAR NÃO MORA CÁ

Quase toda a gente conhece a história, apesar de, sobre ela, já terem passado 2074 anos.

Decorria, em casa de Júlio César, no 1º de Maio do ano 62 a.C., a festa da “Boa deusa”, uma orgia báquica, reservada exclusivamente às mulheres. A celebração fora organizada por Pompeia Sula, segunda mulher de Júlio César, ao que consta, uma mulher jovem e muito bela.

Acontece que Publius Clodius, jovem rico e atrevido, estando apaixonado por Pompeia, não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e, qual penetra, enfiou-se na festa, na esperança de chegar junto de Pompeia. Porém, foi descoberto por Aurélia, mãe de César, sem que tivesse conseguido os seus intentos.

Escândalo! Nesse mesmo dia, todos os romanos conheciam a peripécia e César não esteve com mais aquelas: decretou o divórcio de Pompeia. Mas César não ficou contra Publius Clodius, o suposto sacrílego.

Os senadores romanos estranharam: se César sabia, e o dissera publicamente, que à mulher não podiam ser assacadas quaisquer culpas, porque se divorciara dela?!

A resposta de César ficou famosa e perdurou até hoje: “Não basta à mulher de César ser honesta, ela precisa parecer honesta.” Ou seja, “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”.

A frase tem sido usada até à exaustão. No entanto, não entrou na história portuguesa, já que, neste país os bons modelos não são para cumprir, designadamente por aqueles que deveriam impô-los.

Não, não vou falar do curso do Relvas, do diploma de domingo de José Sócrates, ou dos negócios das acções do BPN e da casa da Coelha do Chefe do Estado.

Não vou falar dos amiguismos e nepotismos, das negociatas nas PPP e nas empresas municipais, ou nos negócios de sobreiros ou de submarinos, que teimam em persistir, governo sobre governo. Disso estão fartos de falar os jornais.

Não vou falar hoje nesses “peanuts” – porque em Portugal, tudo o que seja grave mas que respeite a figuras públicas é sempre considerado como ervilhanas. E todos os dias, quase sem excepção, rebenta um novo escândalo, uma nova bolha de corrupção. Pelo menos, nas páginas dos diários ou dos periódicos.

Podem até não ser escândalos ou razões para divórcios de Pompeia. Mas tantas vezes «cheiram» tão mal, que mais parecem merecê-los.

Há dois dias apenas, soube-se que o Pavilhão Atlântico, um verdadeiro monumento pago com o dinheiro dos nossos impostos, foi vendido, pelo governo, por 21 milhões de euros, um terço do valor do respectivo custo. É esquisito, não é?

E quem o comprou? – Um sujeito que, há poucas semanas, se dizia estar em falência; o organizador de festivais famosos, de música «pesada», muita liberdade, álcool e erva… Nada mais, nada menos que o marido da filha do actual Presidente da República Portuguesa.

Pode isso nada significar – ninguém pode e deve ser acusado sem ser presente o ónus da prova.

Não me ocorre lei específica, que inverta o ónus da prova para políticos, gestores e respectivos familiares; porém, na prática…

Mas, lá porque à mulher de César não podem ser assacadas quaisquer culpas, vamos esquecer que “não basta à mulher de César ser honesta, pois precisa parecer honesta”?

E.G

  

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Publicado por democracia-do-sul às 23:05
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Quarta-feira, 11 de Julho de 2012

OS MASTINS

 

Recordo-me doutros tempos, felizmente já idos, em que um dos meus superiores hierárquicos, homem do «governo da nação», entendia que um corpo de inspecção devia funcionar como uma «matilha de mastins».

Sabem os meus leitores que o mastim é um cão de guarda, pesado, ossudo, um molosso forte, persistente, de corpo rijo e musculoso, tórax amplo, cabeça maciça, quase sempre atemorizante – e com razão, já que este tipo de cão ataca de modo fulminante, subjugando o inimigo com facilidade, tornando difícil a sua reacção.

O seu pescoço vigoroso e a cabeça de meter respeito, a sua enorme boca, dotada de dentes capazes de triturar ossos com a maior facilidade, transformam estes animais numa potente e temível arma de defesa/ataque.

Uma vez lançados nos seus propósitos, os mastins dificilmente se detêm sem que, previamente, tenham aniquilado o inimigo. Tanto, que estes molossos eram usados pelos romanos e pelos gregos como máquinas de guerra e, na arena, para combater com leões ou ursos pardos.

Era assim que aquele governante queria um corpo inspectivo: capaz de aniquilar aqueles que viesse a considerar como «inimigos a abater» - os subordinados.

Vem esta longa introdução para referir a forma «mastinesca» como, hoje, a imprensa persegue e aniquila pessoas, de forma bárbara, cruel, impiedosa, geralmente com segundas intenções e pondo isso ao alcance de uma opinião pública formada nas «escolas» da revista Maria, do jornal do Crime e das páginas sensacionalistas de outros jornais e pasquins, portanto, uma opinião apta a adoptar as touradas como forma da sua própria «civilização», uma opinião influenciável e bestial.

A imprensa actual não pretende formar, prefere informar (?) e dar o espectáculo do mastim a farejar e destruir as suas vítimas: quanto mais sangue, quanto mais perversidade… melhor! Não lhe importa que as causas sejam menores, ou que sejam, mesmo, infundadas. Fazer sangue é o seu objectivo. Não lhe basta cravar a bandarilha ou o estoque, sente necessidade de revolver a ferida até que a vítima estrebuche ou urre de dor.

 

 

Está na nossa memória a forma como os mastins se lançaram sobre Sócrates, quando primeiro-ministro: ora porque não tinha arte para projectar casas rústicas; ora porque, após o seu divórcio, vivia no mesmo prédio onde residia um actor homossexual; ora porque no seu ministério havia suspeitas de que, para aprovar a construção de um centro comercial, teria havido «luvas» e, quem sabe? até talvez essas luvas lhe tivessem mesmo aquecido as mãos e algibeiras; ora porque a data do seu diploma de licenciatura correspondia a um domingo… O que era preciso era fazer espectáculo bárbaro, circense; sentiam necessidade de sujar, chafurdar, misturar-lhe o sangue no barro dos caminhos. Se havia razões? Talvez não, mas não importava, já que os mastins iam conseguindo o que pretendiam: vender papel ou entreter telespectadores, rasgando, com os caninos, o corpo, a alma, a reputação de um homem.

Afastado o homem, os mastins buscam outros alvos. Relvas e as suas equivalências caíram que nem sopa no mel. Passa ele a ser o alvo da matilha: fez só um exame? Canalha! Professores da universidade que lhe outorgou o diploma ocupam agora altos e chorudos cargos? Malandro do Relvas! Vamos cravar-lhe o estoque, vamos ao sangue! O homem é capaz, é competente? Que lhes importa se tem capacidade de trabalho ou iniciativa ascendente sobre o governo tíbio que está ao leme de um país ingovernável?

Nada interessa aos mastins, para além de revolver a ferida até que a vítima urre de dor. A seguir ao diploma, outra coisa «repugnante» surgirá. Quem sabe? talvez, na escola primária, o Relvas tenha «bifado» um berlinde ao companheiro de carteira… ou talvez tenha, no meio da confusão, quando adolescente, passado a mão no traseiro de uma colega do liceu… O sangue haverá de espirrar por isso.

Mais perto de nós, já há alternativa para quando o «assunto Relvas» estiver na gaveta: chama-se Macário! Quem é este «não fumador» que ousou concorrer e ganhar a câmara de Faro? O autarca tavirense que mais contribuiu para a construção de habitações sociais e mudou a face da sua cidade natal? O presidente de câmara que é o primeiro a chegar ao local de trabalho, que cumpre horários, que é capaz de coordenar, com singeleza e bom senso, o «corpo municipal» e que está sempre pronto para escutar cada um dos cidadãos?

Não, isso são ninharias! O que lhes importa é se ele permitiu a construção de um lar num terreno inculto e improdutivo mas que é considerado apto para agricultar. O que lhes importa é que ele tenha permitido transformar um inútil tanque de rega numa piscina. Isso, sim, é motivo para os mastins atacarem. Vamos ao sangue! Vamos a ele, vamos roubar-lhe a tranquilidade, destruir-lhe a reputação, rasgar com os caninos ferozes, as feridas que lhe façamos, até que a vítima urre de dor.

Quem é o senhor que se segue? A quem irão os mastins misturar o sangue no barro dos caminhos?

Væ victis!* - que o mesmo é dizer: ai de quem seja perseguido pelos mastins! Que «pequeninos» somos!

* loc. lat. – Ai dos vencidos!

E.G

  

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Publicado por democracia-do-sul às 11:00
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